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sábado, 18 de agosto de 2012

Personalidade da Semana:

GENNY XAVIER

Genny Xavier nasceu em Caetité (sertão da Bahia) e veio para Itabuna com apenas 1 ano de idade. Fez da região Sul da Bahia a sua terra adotiva. Começou a escrever versos aos 13 anos, com um traço humanístico e social que indicava a precocidade da sua idade. Ainda neste tempo, começou a publicar seus poemas em jornais locais e em cadernos literários. Conquistou espaço e público leitor, que via nos seus versos tristes e fortes uma linha universalista e um lirismo intimista. Obteve muito êxito participando de concursos e jornadas literárias regionais. Fez sua primeira publicação individual em 1981, com um livreto intitulado "Poemas". Em 1986, publicou "Caso de um poeta grapiúna que até hoje ninguém sabe o nome", texto poético-teatral em linguagem de cordel. Participou de antologias poéticas e concursos nacionais, entre os quais o da Academia Juvenil de Letras (secção da Bahia) em 1977 e IV Jornada Estudantil de Itabuna, promovido pela Pastoral da Juventude em 1981 - ambos em 1° lugar. Durante a década de 90, participou de alguns concursos nacionais em vários estados do Brasil, obtendo classificações significativas e menções honrosas, como o "Prêmio Nacional de Contos Aníbal Machado", em Minas Gerais, onde classificou-se com o 2º lugar, em 1993. Participou também de antologia de contos publicada na cidade de Piracicaba – SP, como resultado de concurso promovido pela Secretaria de Cultura daquele município, onde recebeu Menção Honrosa, em 1997. Atualmente, trabalha na criação do seu primeiro romance, com o título "Alma de Papel" e tem inéditos um livro de poesia, um de contos e um de literatura infantil. Trabalha como professora de Literatura e Arte-Educação e coordena o Projeto Memória Cultural do Município de Itabuna, da Prefeitura Municipal.
Particularmente, me orgulho muito de ter sido aluno da professora Genny Xavier (cursinho pré-vestibular no antigo Colégio Gama), com quem pude compartilhar alguns poemas e poesia escritas por mim e de quem recebi algumas dicas e sugestões importantes.

Algumas de suas obras:

Clara palavra que em noite foge

A máquina digita o grito
que sai da boca do poeta
e lembra-lhe todas as dores
que pairam no mundo.
O poeta aspira a dor que vem de fora
como a engolir um monstro...
Neste instante,
torna-lhe disforme o corpo
e as mãos tremem
para esboçar a metamorfose.
O poeta tem agora a cara do espanto,
o corpo da fome
e a alma de bandido...
E, quanto mais se adentra na poesia,
mais lhe escapa a imagem
da suave manhã...
E o poeta, em seu delírio,
vagueia pelo deserto rachado,
toma veneno e luta com feras,
abatendo a golpes de espada
verdes dragões
- estes têm as patas de ferro
e soltam insultos pelas ventas –
mas, ainda assim,
o poeta surrealiza uma canção
e presenteia os homens de toda a terra.
Meu chão de ontem e hoje

Meu mundo era pequeno
quando eu imaginava comer
os pedaços da casa de doce
da rua do museu.
Hoje, eu sei que a casa é de tijolo
e o museu não existe mais.
Havia o rio e as pedras desse rio
quaravam as roupas
de quem tinha muita roupa para vestir.
As lavadeiras,
- vestidas de panos simples -
faziam bolhas nas mãos
espumando o alvejar dos ricos.
Hoje, o rio abre e fecha a boca
com seu hálito ocre
querendo o ar limpo que já não tem...
e as lavadeiras se foram
dos meus sonhos de meninice.
No meu mundo pequeno,
cabia muita coisa de sonho e mágica
como as barbas brancas do Papai Noel
em meu caminho para o cinema
em filme de domingo.
Cabia poeta recitando versos
na praça libertária
dizendo ao mundo que as guerras
matavam meninos que sonhavam voar.
Cabia homem-carro
fazendo das pernas pneus velozes
zunindo delírios
e buzinando alegrias.
E, ainda cabia,
parque de frente pra igreja
quermesses de bolos e fé
algodão-doce e ladainhas.
Mas, nesse mundo grande de hoje
a cidade encolheu o saber,
mal-cheirou o rio
e lava suas roupas sujas na sabida máquina do tempo.
Tempo gasto em que as bruxas varrem ao vento
os ciscos das memórias dos anos de ouro.
Então, diferente do meu mundo de ontem,
este de hoje, tão grande e real,
sobra os espaços como numa caixa vazia,
espia a notícia do dia
e dita a ordem das coisas.

Fonte: Arquivo pessoal e site: http://www.itabuna-ba.com.br/gennyxavier.htm

sábado, 7 de julho de 2012

Personalidade da Semana:

VALDIRENE BORGES

Valdirene Borges do Nascimento nasceu em Itabuna, em 18 de julho de 1950. É artista plástica e poeta. Como poeta publicou vários poemas na impressa local, onde sempre costumava assinar seus textos poéticos sob pseudônimo. Participou da antologia publicada pela Civilização Brasileira, "Poesia Moderna da Região do Cacau", cuja organização e seleção foi realizada pelo poeta Telmo Padilha. Como artista plástica, participou de várias exposições coletivas na Bahia, em outros estados e no exterior. Na primeira fase da sua criação plástica, Valdirene recorria com frequência à temática das paisagens marinhas. Hoje, com um estilo amadurecido e moderno, revitaliza os tons pastéis das suas cores num traço que lembra o universo lúdico infantil, a lírica alegria das crianças.
O seu trabalho muito orgulha os itabunenses e os amantes de uma boa arte.
Algumas de suas obras mais recentes:


 

LENTAMENTE TÃO SÓ

Te vejo junto ao rio,
te acordo criança do sonho desfeito,
soluço do tempo
das águas do rio.
Te vejo criança
de mãos pequenas,
abraçando um sorriso,
oferecendo-me um riso.
Te vejo criança
no homem que quero ter,
no filho que sonho,
mistério que amanhece.
Te vejo criança
na correnteza que segue,
no desalento do leito
lentamente, tão só.


Fonte: Arquivo pessoal e site: http://www.itabuna-ba.com.br/valdirene.htm